Desde o surgimento da COVID-19, quase nove milhões de pessoas no planeta já foram contaminadas. De fácil transmissão, uma das primeiras orientações das autoridades sanitárias para tentar conter o vírus foram as novas recomendações — e posterior proibição — de reuniões e aglomerações.
O distanciamento físico é apontado como o principal recurso preventivo, na ausência de vacinas. Milhares de eventos foram cancelados ou adiados, entre shows, congressos, feiras e competições esportivas, até mesmo as Olimpíadas de Tóquio. Seria possível pensar em inovação em eventos neste período?
Iniciativas criativas ao redor do mundo apontam que é possível encontrar alternativas.Elas indicam ótimas oportunidades de otimizar o budget de eventos, com foco em resultados. E não é só: provocam mudanças que prometem remodelar essa indústria e as necessidades de seus clientes nos próximos anos, demandando estratégias diferentes e flexibilidade para adotar novos modelos de negócios. Continue a leitura e saiba como agir!
Como os eventos têm se reinventado
No Brasil, a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil) estima perdas de mais de R$ 80 bilhões com a retração do setor. Se por um lado as demandas de saúde são prioritárias, por outro, é crucial para as empresas e para a economia manter todos em conexão: clientes, especialistas, patrocinadores e fornecedores.
No começo do período de isolamento, ter o evento adiado ou cancelado parecia a única alternativa viável para os organizadores. Mas um movimento que atingiu as redes sociais, com artistas fazendo suas lives da sala de casa e sendo acompanhados ao vivo por milhões de pessoas, abriu outras possibilidades.
Inclusive, essas transmissões ao vivo ganharam patrocinadores, e novos formatos de parcerias comerciais surgiram. Amigos começaram a promover “festas” online, com as pessoas interagindo virtualmente. Até mesmo casamentos foram realizados assim, com a família e os amigos acompanhando tudo no celular ou no computador. A tecnologia abriu caminho para a inovação em eventos.
A ideia de migrar a realização de eventos para a plataforma virtual rapidamente ganhou força no setor ao oferecer uma solução e atender a várias demandas ao mesmo tempo. Os organizadores encontraram um meio de manter as atividades em andamento e continuar a promover encontros, congressos e reuniões que atendessem às necessidades dos clientes corporativos.
As empresas ganharam alternativas para continuar a desenvolver o relacionamento com seu público-alvo e dar visibilidade à marca, aos produtos ou aos serviços, com vantagens adicionais: sem limitações geográficas ou de estrutura física, muitas vezes com soluções que passaram a caber na verba e a atingir mais pessoas. Fornecedores de ferramentas e recursos tecnológicos viram sua atuação expandir.
Na outra ponta, surgiu um público em distanciamento físico ávido por interagir, ainda que online, conhecer novidades, participar de debates enriquecedores e ter momentos de entretenimento de qualidade com seus artistas preferidos. A tela do computador, celular ou tablet virou a janela diária para o mundo. E a revolução causada por ideias diferentes continua.
Atrações como museus e parques passaram a oferecer visitas guiadas ao vivo pela internet. Shows musicais agora reúnem milhões de espectadores simultaneamente e ainda incentivam doações de alimentos e remédios. Peças de teatro são transmitidas online ao vivo e com venda de ingressos. Congressos médicos são acompanhados virtualmente e ampliam a possibilidade de participação de especialistas dos quatro cantos do planeta. Grande parte das pessoas passou a ter sua agenda de eventos virtuais.
O advento dos eventos híbridos
Embora não sejam novidade, os chamados eventos híbridos — que acontecem em um espaço físico, mas agregam elementos de interação virtual e transmissão online — ganham espaço a cada dia no horizonte dos organizadores. Em especial, quando consideramos dois fatores:
- a evolução acelerada que os eventos virtuais em tempos de isolamento estão provocando nas tecnologias e recursos disponíveis;
- a afirmação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que, mesmo após passar a fase principal da pandemia, a retomada das atividades deve ser feita aos poucos e pode se estender até 2021.
Um levantamento desenvolvido no setor sobre eventos híbridos, antes mesmo da pandemia, já apontava essa tendência. Dados coletados ao final de 2019 revelam que 83% do mercado já recorria a esse tipo de evento e que 76% dos profissionais do segmento entrevistados acreditam que ele será cada vez mais utilizado. Para 10% dos participantes, será o principal formato do futuro. Entre os tipos de eventos híbridos em destaque está o chamado “webinar”, com transmissão online para o público remoto, citado por 70% dos respondentes.
Em adição, as principais justificativas para selecionar esse recurso foram as oportunidades de expandir a audiência, facilitar a participação no evento e ampliar o acesso ao conteúdo ministrado. Congressos (79%), simpósios, seminários e fóruns (39%) e e-games e convenções de vendas (33%) foram os tipos de eventos mais recorrentes no uso da solução.
Foram identificadas ainda diversas formas de potencializar o retorno sobre o investimento, desde a produção de conteúdo exclusivo para o participante online e a venda de conteúdo sob encomenda até novas modalidades de inscrição. Mas como saber se seu evento foi um sucesso? Para a maioria, pelo número de participantes online (64%), pelo engajamento dos participantes (57%), pela validação dos stakeholders e pela quantidade dos participantes presenciais (44%).
A importância de acompanhar essas tendências
Considerado por muitos um caminho sem volta para o setor, a inovação em eventos impulsionada pela pandemia — com mais adoção de recursos tecnológicos e interação virtual — é hoje a alternativa encontrada pelo segmento para manter as atividades rodando. Eventos virtuais e híbridos possibilitam adaptar estratégias de relacionamento, visibilidade de marca, vendas e budget a tempos desafiadores.
Do ponto de vista financeiro, asseguram gasto operacional menor e preços mais razoáveis. Possibilitam alcançar uma audiência ampla, com a eliminação de barreiras geográficas e de acesso econômico, e que já está habituada a interações online. Por último, o acompanhamento dos resultados se dá em tempo real, assim como a oportunidade de fazer alterações para atingir os objetivos com eficácia.
Profissionais e empresas que não acompanharem a inovação em eventos e permanecerem em modelos tradicionais de negócios correm o risco de não sobreviver a essa fase ou ficar muito atrás dos concorrentes. Qual será a sua opção?
Gostou deste post? Então, não perca mais nenhum! Assine a nossa newsletter para receber todas as atualizações do nosso blog direto no seu e-mail.